Pra você que não sabe o que é uma Galopeira, te digo:
PERDEEEEEEEEEEU MAGRÃO!
Foi esse fim de semana!
Galopeira é um acampamento de verão que ocorre no sítio do Felipe, em Two Brothers... Já virou um evento anual e esta foi sua terceira edição. A galera vai de bus na sexta e só volta no domingo. Passar um fim de semana no meio do mato, sem telefone, sem tecnologia, sem conforto mas com muita loucura certamente é um fim de semana para lembrar. Muitas histórias, muita diversão.
Este ano participei efetivamente da organização do evento. Não é nada fácil, mas é muito bom. Pensa em comprar comida e bebida para 40 pessoas, para um fim de semana. Foram 7 carrinhos de compras, com 160 salsichões, 80 galetos, 260 pães e 60kg de gelo, mais 160 litros de refrigerante, 80 litros de água, 10 litros de vodka, 580 long necks de cerveja, além de outros apetrechos.
A noite de sexta começou por umas 8h, com a galera se encontrando no xis. Quando o bus chegou, iniciamos o carregamento das compras e das malas. Saímos daqui umas 10:30 da noite. Chegando no sítio, começou o caos para abrir as portas. Aquelas fechaduras são malucas! O cara no escuro, com um molho de chaves gigante... Bom, quando conseguimos abrir tudo foi uma festa. Organizei grupos para descarregar as coisas e botar as bebidas nas geladeiras e no isopor. Outro grupo começou a fazer a fogueira, enquanto os preguiçosos arrumavam suas malas (digo preguiçosos porque tive que mandar, se não tinham deixado no meio do caminho mesmo).
Só quando já estava tudo no esquema é que eu fiquei tranquilo e dei início ao trabalho alcoolico. Foi então que tirei esta foto.
Só fui me deitar as 6:30 da manhã. Uma galera já tinha caído, mas eu tava muito elétrico e fiquei até que não tivesse mais ninguém para eu encher o saco. Acordei as 10:30, me lavei no rio e fui fazer o almoço da galera. Ninguém se prestou pra fazer... o frango tava congelado ainda e não tinha tempero. O almoço foi uma porcaria, com direito a frango caído na brasa, sendo pescado com espeto. Resultado: comida sem gosto e mal assada. Mas quem se importa? Eu fui pela festa e conforto é o de menos. É só pensar que no Haiti as pessoas sofrem mais, então cala a boca e come.
Futebolzinho de tarde, com um soninho pra recuperar a energia. Caiu uma tempestade, mas não abalou os galopeiros, que tomaram banho ao ar livre mesmo. A noitinha, fizemos uma roda musical, comandada pelos violeiros e alguns cantores alucinados (eu, entre estes). Resolvi não me envolver na janta. Alguém que se preste que vá fazer o salsichão. Pois bem, salsipão é uma barbada de fazer, fica pronto rapidinho e com a fome que estávamos e comparado com o almoço, ficou uma delícia. A noite seguiu com mais trago. A cerveja acabou e a galera encarou a vodka e o whisky. A diversão ficou por conta do morto-vivo, do ding-dong, das porradinhas e da guerra de sarandí. Sabe-se lá o que mais aconteceu, só sei que no fim da noite tinha uns pelados correndo por lá (eu, entre estes, pra variar).
Domingo de manhã fizemos a limpeza do sítio. Tarefa nada fácil, complicada pelo enxame de abelhas que infestou o lugar devido aos restos de comida e bebida. Eu ajudei e fiz boa parte da limpeza, enquanto que um bando de vadios estava sentado na varanda, nos olhando com cara de idiotas, enquanto outros já tinham se mandado. Tudo bem, pensei, é nessas horas que a gente vê a educação das pessoas, o perfil, o tipo de profissional. Ali estava um bando de vadios molengas, classe baixa do Brasil que nunca vai ir muito longe. Por outro lado, você se sente orgulhoso de si mesmo, por estar ali, organizando tudo, trabalhando e com alguns amigos ao seu lado fazendo o mesmo. Nessas horas você sabe que estes sim tem caráter e vão ser alguém na vida. O que eu fiz? Fiz minha parte, bem quieto e quando acabei, enchi dois baldes com água do rio e joguei naquela galera preguiçosa que não fez nada.
Por mim teria ficado mais no domingo, ainda tinha comida, refri e água, mas a jumenta que organizou o bus pediu pra ele vir nos buscar as 13h e perdemos a linda tarde de domingo. Simplesmente não entendi porque fomos embora. Não pude protestar, porque quando me dei conta o bus já estava lá . Talvez essa tenha sido a maior infelicidade da galopeira.
Carregue com você só o que foi bom e tire lições de tudo que viveu.
Ano que vem ou até antes tem de novo.