Powered By Blogger
Que marcas você quer deixar no planeta? Calcule sua Pegada Ecológica.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Despedida

Uma vez me perguntaram:
- O que te faz chorar?
Na hora eu não sabia o que responder e aquela pergunta ficou na minha cabeça. A noite, deitado em minha cama percebi: "Choro em despedidas".

Despedida é algo realmente triste. Quando alguém morre não deixa de ser uma despedida. Você vai no velório se despedir da pessoa, vai lá vê-la uma última vez. Por sorte, eu não tive muitos velórios para ir, o mais triste foi o da minha vó e só de lembrar daquele dia, de quanto chorei, já fico triste. Mas já passei por outras despedidas.

Lembro do dia em que saí de casa, minha mãe me disse: "Filho, vem cá!". Bem, não foi bem assim (não pude evitar). Mas bem, eu com 14 anos estava indo morar sozinho. Minha família morava em Taquara e eu estava indo estudar em Novo Hamburgo. Não é tão longe, talvez uns 50km, mas para ir e voltar todo dia seria ruim, então meus pais alugaram um apê para mim em NH e eu voltava para casa todos os fins de semana. Foi uma boa experiência de vida. Bem, no dia em que saí de casa, era um domingo e meu pai me levou para meu novo apê. Lembro de minha mãe abanando e chorando na sacada. Eu abri a janela e gritei:

- Fica tranquila mãe, sexta feira eu volto!

E assim foi minha vida. Morei 4 anos em um jk em NH, passei na faculdade e vim morar em Porto Alegre. Aluguei um apê de dois quartos e passei a dividir com um amigo de infância, ex-colega de Taquara, o Gui. As despesas são menores, é menos monótono, você tem com quem conversar, parceria para ir malhar, fazer comida, etc e tal. Claro que sempre rola uns desentendimentos, mas faz parte. Foram mais 3 anos e meio morando longe dos pais, e hoje estou me despedindo do meu apartamento. Dá um aperto no coração deixar aquele apartamento, vender os móveis e voltar para casa. Sentirei saudades de Porto Alegre. Ainda ficarei um mês por aqui, morando com amigos, mas depois de 7 anos e meio, voltarei para casa. Não sei se vai dar certo, mas vou ajeitar a vida e quem sabe ano que vem já volto a seguir o meu caminho.

Adeus apartamento, adeus armário, adeus sofá, adeus banheiro, adeus cozinha. Esta é a ultima vez que escrevo deste quarto. Uma música vale mais do que muitas palavras.


Mudaram as estações, nada mudou
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu
Está tudo assim tão diferente...
Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar
Que tudo era pra sempre, sem saber, que o pra sempre
Sempre acaba...
Mas nada vai conseguir mudar o que ficou
Quando penso em alguém só penso em você
E aí, então, estamos bem...
Mesmo com tantos motivos pra deixar tudo como está
Nem desistir, nem tentar agora tanto faz
Estamos indo de volta pra casa...

2 comentários:

Raquel Laux Gheno disse...

arrepiou, e como.

Liana disse...

Oh, mais um "conterrâneo"... morei em Taquara até meus 13 anos. Comigo era o contrário, meus pais vinham pra POA toda a semana e só iam pra lá no findi.

Meus avós ainda moram lá. Mas, apesar de ter crescido lá, não consigo gostar daquela cidade. :s

E sim, despedidas são tristes, mas nada é pra sempre. Ou é... ahn... whatever...

Postar um comentário

Previsão do tempo