Hoje faz exatamente 3 anos que eu retornei da África... Muitas pessoas me perguntam "Como é lá? Como foi o passeio? O que fez de legal por lá?" E por que não contar no blog...
Começando pelo princípio. O que fomos fazer lá? A gente ganhou um prêmio pela Mostratec e nos mandaram pra lá. Ainda lembro do meu susto quando anunciaram:
"O prêmio para uma viagem para NAMÍBIA vai paaaara:
Virtual Lab - Laboratório de Química Virtual!" Eu tava rindo e pensando "Quem são os coitados que vão ir pra tal Namíbia?! Onde fica isso??" e nem me dei conta que era a gente. Quando cheguei em casa a primeira coisa que fiz foi procurar o tal país no google. Capital: Windhoeck.
Foi uma viagem muito interessante, uma ótima experiência de vida. A Namíbia é um país plano e bem no meio tem umas elevações e no meio dessas elevações fica Windoehck. Lá o povo é muito amistoso e simples, pois o turismo, junto com a agricultura, é a base da economia. A língua oficial é o inglês, mas se fala muitos dialetos Afrikkans. A cidade tem toques de colonização alemã, e para fora dela é só miséria. Visitamos as favelas e dá muita pena das pessoas, que vivem sob um clima quente e seco em casas de zinco e chão batito, mas demonstrou alegria ao nos ver passar. Ainda pode ser visto o preconceito e o apartaid.
Logo na segunda noite fomos transferidos de hospedagem. Estávamos alojados numa escola mas quando a delegação de alunos da África do Sul chegou, eles se negaram a ficar alojados no mesmo lugar em que estavam alunos negros namibianos. Se sentiram ameaçados e com medo, puro preconceito, e tivemos que nos transferir juntamente. Fomos para umas cabanas no outro lado da cidade, muito mais luxuosas e confortáveis.
Nosso projeto na feira foi um sucesso. Todos queriam ver o projeto dos brasileiros, tirar fotos com a gente, trocar gifts, jogar futebol, enfim... Conhecemos muitas culturas, muitas pessoas. Aprendemos a cantar o hino da Namíbia e também o
xoxolossa. No final, ficamos em segundo lugar na classificação geral, perdendo para um piázinho de 6 anos que fez um projeto sobre besouros que empuram cocô! O mais cômico dessa história é que eu tinha comprado briga com esse mesmo piá, que queria me roubar um broche, eu não deixei e ele foi chorar pra mamãe e ela foi lá tirar satisfação comigo.
Depois da feira, tivemos que fugir das cabanas, devido ao incidente com o carrinho de golfe. Este carrinho era usado para fazer as rondas nas cabanas e toda noite o chato da recepção passava na nossa cabana e nos mandava parar com a baderna. Na última noite, bêbado, meu amigo Piki e mais 2 sul africanos locos das idéias fizeram a incrível façanha de roubar o carrinho, cair num barranco e parar num poste. Em sua fuga, meu amigo perdeu um tênis no mato e no outro dia ninguém podia sair do hotel enquanto não achassem o culpado. A culpa caiu nos 2 garotos e nós fugimos rumo ao litoral, para o outro lado do oceâno Atlântico que conhecemos.
Em Swakopmund, andamos de camelo e fizemos um safari marítmo: vimos baleias, golfinhos bem de pertinho e focas, muuuuuitas focas. Saindo do mar e atravessando a rodovia, logo ali há o deserto do Kalahari. Sinceramente, não esperava me divertir tanto no deserto.
Fizemos um rally com quadriciclos, subindo e descendo dunas, muito radical! Vimos paisagens que eu jamais imaginei e terminamos nosso passeio na Duna 7. Uma duna gigante, que nos tomou mais de 12 minutos de uma árdua subinda, mas sentar lá e comtemplar o sol valeu o esforço.
No caminho de volta para a capital, fizemos um safari numa das inúmeras reservas de preservação de animais. Em um daqueles jeeps de safari pintados de zebra, vimos muitos bichos em seu habitat natural, como antílopes, javalis, búfalos, girafas, rinocerontes, crocodilos e leões. Foi uma pena não ter visto elefantes nem cheetas.
Duas semanas que me valeram muito e só gastei mil reais. Agradeço ao Liberato pela oportunidade e aproveito para mandar um salve para meus companheiros nessa viagem: sora Dalva, Felipe e Carol!